Quando
Assim, a empregabilidade tem sido uma grande aposta da
Primeiro, queríamos criar um negócio social que fosse b2c, que lidasse diretamente com o cliente final.Isso porque para nós era muito importante que a sociedade em geral começaram a ficar cada vez mais sensibilizados para esta problemática e a conhecer os desafios que a reinserção social de quem se encontra na prisão tem.
A reinserção social nunca pode ser responsabilidade última de nenhum governo, deve ser responsabilidade de todos nós, das comunidades locais. Portanto, um produto cerâmico utilitário ou decorativo seria uma boa forma de trazer o “sistema prisional” para dentro da casa das pessoas. Cada peça carrega uma história de vida. Cada peça a ser utilizada nas casas dos portugueses é uma peça que não só conta esta história como também suscita conversas sobre o sistema prisional. Nada melhor do que uma peça de cerâmica, peça tradicional portuguesa, para transportar histórias e desafios concretos. Queremos fazer de cada uma das famílias portuguesas uma família embaixadora da causa e sensibilizar também para este problema social.
Em segundo lugar, queríamos que fosse um negócio. Ou seja, queríamos mostrar a outras empresas (não só do sector da cerâmica) que era possível fazer negócio com o enorme talento que se desperdiça nas nossas prisões. Além disso, existem imensas infraestruturas e potencialidades que podem e devem ser exploradas em ambiente prisional. Assim, estaríamos usando dois recursos que normalmente são desperdiçados - recursos humanos (que estão estagnados, mas cheios de talento) e recursos de infraestrutura que estão vazios e inúteis no momento. Foi neste sentido que, por exemplo, encontrámos no Presídio de Caxias uma antiga olaria desativada que com um mínimo de investimento voltou a funcionar. Este objetivo é mais ambicioso, mas o que queremos é que todas as empresas em Portugal deixem de olhar para o registo criminal e passem a olhar para a pessoa, para o seu potencial, para os seus talentos. Um dos grandes lemas de
Por último, mas não menos importante, queríamos que fosse um processo produtivo, que o resultado não fosse imediato e que no final tivéssemos um produto físico A cerâmica tem muito trabalho e processos complexos, e no final, devido a uma série de fatores externos, muitas coisas podem dar errado.
Este tipo de processos de tentativa e erro, de repetição até à perfeição, ainda que (em teoria) tenhamos feito tudo bem feito, são os mais pedagógicos que existem, e trazem imensas analogias às nossas vidas. Quantas vezes não fizemos tudo bem na nossa vida e ainda assim parece que tudo corre mal, ou que não temos sorte? Aprender a integrar as derrotas e os momentos difíceis pelos quais todos passamos é essencial para uma reinserção social bem-sucedida e de volta à sociedade. Assim, a cerâmica pela transformação da matéria-prima, que leva tempo e mesmo assim pode não dar certo, nos traz mensagens de vida muito poderosas para quem trabalha com o barro. A cerâmica tem o poder de transformar vidas e tornar nossas comunidades e bairros mais seguros.
No entanto, não basta colocar pessoas que estão ou estiveram presas a produzir peças cerâmicas utilitárias e decorativas para podermos garantir uma reinserção com sucesso. Por isso desenvolvemos uma metodologia própria, que chamamos de metodologia
Ainda não sabemos que impacto social
Duarte Fonseca
CEO